Como você ama?


Você já observou a forma como você se relaciona? Percebeu a repetição de comportamentos em relacionamentos? Percebeu a repetição de insatisfações, mesmo quando se trata de diferentes relacionamentos?
Ao analisarmos as nossas relações podemos refletir sobre a forma que amamos e essa forma fala mais sobre nós mesmos do que sobre o outro com quem nos relacionamos. Segundo Freud, uma pessoa ama de acordo com a eleição dos objetos de amor, constituindo duas formas de amar que podem constituir uma forma de amar preferencial de uma pessoa.
Freud define essas formas como narcísica e anaclítica (também denominada “ de apoio”). Na forma de amar narcísica, a eleição do objeto de amor se dá tendo como referência a si mesmo (quem é, quem foi ou quem gostaria de ser). Já o amor “de apoio” elege como objeto de amor os substitutos daqueles que fizeram a função materna ou paterna, buscando em seus substitutos a mesma proteção e nutrição que o sujeito recebeu daqueles que cumpriram aquelas funções.
Durante o processo de análise somos convidados a refletir sobre o que buscamos quando nos relacionamos com o outro e passamos a nos responsabilizar por essa busca. Dessa forma, deixamos de colocar no outro a responsabilidade de fornecer o que nos falta, assim como o outro deixa de ser visto como um espelho fiel ou melhorado de quem somos, ou melhor, de quem pensamos ser.
Referências
FREUD, Sigmund. Obras Completas, volume 12. Introdução ao narcisismo, ensaios de metapsicologia e outros textos [1914-1916]. São Paulo : Companhia das Letras, 2010.